Surfaçagem
Antes de qualquer coisa dentro do laboratório, antes mesmo de colocarmos a mão na massa, nos blocos propriamente ditos, precisaremos seguir alguns passos simples, porém de suma importância.
Iniciando a surfaçagem do bloco:
Estes primeiros passos servem tanto para visão simples, bifocais ou multifocais, independentemente do tipo de lente desde que seja em resina, policarbonato ou trivex, não iremos entrar no campo dos cristais, nos ateremos aos plásticos.
A primeira coisa que o técnico deve fazer é conferir a prescrição do cliente, ou seja, analisar as dioptrias prescritas para a melhor escolha da base da lente a ser surfaçada, normalmente estes blocos já vem com base e adição previamente separadas pelo responsável pelo estoque e ou compra destes blocos, mas se houver necessidade de troca de base o técnico responsável pela marcação do serviço tem autorização para solicitar a troca da mesma. No que se trata de base, como veremos a seguir na confecção de uma lente oftálmica, a parte de fora da lente não é surfaçada, ela vem pronta de fábrica, a não ser que em casos de visão simples se faça a necessidade de surfaçar também o lado de fora para uma melhor confecção desta lente. Exemplo de escolha de bases, por exemplo, se temos em mão uma RX do senhor Fialho, cuja prescrição é de: Para longe OD +2.75 e OE +2.50, com adição de +2.25. O olho humano para uma melhor adaptação ao uso de lentes corretivas, necessita que as curvaturas internas das lentes se aproximem sempre da curvatura 6.00, pelo raio de curvatura que o olho faz em todos os sentidos, vertical, horizontal, superior e inferior, para que esta curvatura seja mais parecida com a curva 6.00, para o senhor Fialho escolheremos uma lente cuja base seja 9.00, logo esta base seria a ideal para ele, porém nosso consultor ofereceu uma lente Espace Plus, ( sem fazer referência á marcas ou nomes em específico), que possui uma base nominal de 6.25 porém sua base real é de 6.50, assim não temos outra escolha se não usar a base 6.50 mesmo que nos dará uma curvatura interna de 3.62 para o olho direito e de 3.87 para o olho esquerdo, notem que já usamos o cálculo de dioptria real. O segundo passo é protegermos a face exterior deste bloco, a base que já vem pronta ela não deve apresentar riscos e ou arranhões, para a conferência usaremos lâmpada fluorescente e olharemos através do bloco antes de aplicar a fita azul que antecede a marcação da lente. Conferida a superfície externa do bloco e fitado, a lente segue ao técnico para a marcação do número da caixa que esta lente pertence, no bloco direito se escreve o D e no esquerdo o E, e segue para a blocagem da chapinha no bloco para que se possa surfaçar esta lente. A pessoa que faz a colagem deve seguir o eixo determinado pela RX, e a centralização do bloco para que não criemos prismas não desejados, depois de blocar a chapinha na lente esperamos alguns minutos para que esfrie o alloy, para ai sim começar a desbastar a lente no gerador de curvas. No gerador iremos aproximar a curva interna e a espessura que condis com a dioptria do seu Fialho, terminado o processo de geração da curva esta lente segue para o lixamento, em molde definido pelo marcador. A primeira lixa marrom, é mais grossa ela é quem tira as marcas deixadas pelo gerador e assenta a curva definitiva da lente, a segunda e última lixa a rosa, é muito fina em relação á primeira, a função dela é de deixar a lente semi polida, este é o último processo antes do polimento, depois do tempo determinado a superfície que esta sendo trabalhada é conferida com feixe de luz e observamos se existem arranhões ou marcas da primeira lixa, na ausência de imperfeições tiramos as lixas coladas no molde e secamos com auxilio da pistola de ar comprimido, para colarmos o feltro amarelo e darmos início ao polimento. Na máquina politriz usamos um líquido branco chamado de polidor ele é um abrasivo que em fricção com o feltro e a lente ele produz a translucides desta lente, isto requer um tempo aproximado entre 2 e 3 minutos, se a lente foi bem lixada e o polidor está em bom estado este tempo é o suficiente. Após o tempo determinado, conferimos novamente a superfície da lente, na ausência de imperfeições e arranhões, a lente irá para a desblocagem. Desblocada a lente e limpa colocamos o par de volta na caixa correspondente ao serviço e enviamos para a conferência no setor de montagem, onde é aferida a dioptria e centralização do centro óptico, conferido e aprovado pelo responsável as lentes seguem ao processo de desbaste para a montagem na armação, assunto que iremos abordar mais á frente. Mais detalhes sobre passo a passo de fabricação aqui no link da plataforma de ensino da Escola é o que segue plataforma.educaread.com.br/file.php/245/LABORATORIO_OPTICO_I.pdf. Bom estudo!!!